Quando conhecemos uma cidade? No momento em que vimos suas fotos ou quando visitamos o local? É necessário conhecer os pontos turísticos e experimentar a gastronomia? Segundo Confúcio: "Quando você chega a um lugar e deseja conhecer sua cultura, o quão profunda ou superficial ela é, então escute a música tocada lá. Você aprenderá tudo sobre esse lugar." Inclusive, é com essa frase que se inicia Atravessa a Ponte: O Som de Istambul, documentário de Fatih Akin sobre a cena musical turca.
Alemão descendente de turcos, o diretor busca traduzir a cultura dos antepassados - além de conhecer sua própria história - no documentário que vai a fundo nos diferentes gêneros musicais que a população ouve. Alexander Hacke, integrante da banda alemã Einstürzende Neubauten, assume o papel de alter-ego de Akin para narrar a história. Com um mini-estúdio nas malas, o músico tem a missão de gravar as músicas que não alcançam outros países.
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Ao acompanhar a trajetória de Hacke durante as ruas de Istambul, é possível ver as diferentes influências nos diversos gêneros musicais. O rap, diferente dos Estados Unidos, não é ostensivo, ele retrata o dia a dia no país e os sonhos dos cantores, inspirando outros. Ao mostrar o hip hop, o telespectador se emociona com o discurso dos artistas que incentivam jovens a participarem do movimento.
Atravessando a Ponte: O Som de Istambul não foca na trajetória dos músicos, mas nos diferentes estilos. Sabemos, por exemplo, que uma cantora famosa de Istambul não queria participar do documentário, mas a insistência de Fatih Akin a fez mudar de ideia. Para apresentar os diferentes tipos de sons, o diretor captura diferentes imagens e ângulos do país, compartilhando também as mudanças do país. Dessa maneira, conhecemos os encantos de Istambul e ficamos curiosos para saber mais.
No final de Atravessando a Ponte: O Som de Istambul, Hacke - e também Akin - chega à conclusão que é preciso voltar para compreender melhor o local, afinal, são muitas informações em tão pouco tempo. "Não consegui entender essa cidade. O que eu vivi foi muito pouco. Mas uma coisa é certa: eu me apaixonei pela música de Istambul", o alter-ego diz. E não foi só ele: quem assim também se apaixona pelo lugar.
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