"Quem sabe o meu dia não chegou? / Quem sabe não é a hora H?”. São com essas palavras, da música "Um Dia Lindo pra Morrer", que Morris abre seu segundo álbum "Homem Mulher Cavalo Cobra", recém-lançado. Sob a direção artística de Romulo Fróes, o disco conta com 13 músicas, uma melhor do que a outra. O álbum conta com a participação de Maurício Pereira, Juliana Perdigão, Juçara Marçal, Benjamin Taubkin, César Lacerda, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Allen Alencar, Igor Caracas, Felipe Roseno e Fróes, que canta junto "Dois Irmãos".
Inspirado na exposição do artista chinês Ai Weiwei, que esteve em cartaz em São Paulo há dois anos, o cantor utilizou o ativismo de Ai Weiwei em suas obras, feitos com madeira, sementes, raízes e tecidos, para escrever as primeiras canções do disco: "Pátria Bipolar" e "Boia de Pedra".
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"Homem Mulher Cavalo Cobra" fala de política, amor, humanidade e natureza. Morris foge dos "padrões" e instala uma harmonia em suas músicas, diferente do seu álbum de estreia, o "Dr. Morris e Os Vivos: 5". Inclusive, ele mata o Dr. e assume sua persona, um brasileiro inconformado e experimentando de tudo, entregando mais do que um álbum, mas o Brasil todo ao ouvinte.
O interessante é notar a estrutura que o cantor e compositor realizou em seu novo projeto: o álbum é dividido em quatro partes temáticas: Morte (Um Dia Lindo Para Morrer, Doía, Espelho Cego), Identidade (Longe Da Árvore, Alguma Algum Ninguém, O Meu Lugar Nenhum Lugar), Mitologia (Homem Mulher Cavalo Cobra, OnÇa-Çá, Dois Irmãos) e Pessoas (Pátria Bipolar, Exausta, Boia De Pedra, Desalento).
Enquanto não chegou a hora de ninguém morrer, é o momento certo para juntar o passado e o presente para ouvir esse álbum que entrou na lista dos melhores lançamentos de 2020 do Desalinho.
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