Literatura, filosofia, filosofia, música e cinema são alguns dos diversos gêneros que compõem a lista dos melhores livros lidos em 2024. Confira abaixo. Os melhores livros lidos em 2024 Fé, Esperança e Carnificina (Nick Cave e Seán O’Hara, Terreno Estranho) Durante a pandemia, o jornalista O’Hara conversou com Nick Cave sobre religião, música, família e arte, temas que impulsionam a vida e a criatividade do músico. Por meio de um diálogo honesto , a obra oferece janelas de esperança e inspiração aos leitores. A Invenção do Nordeste e Outras Artes (Durval Muniz de Albuquerque, Editora Cortez) O que é o Nordeste? Através dessa pergunta, o professor busca responder sua invenção, o surgimento de um recorte espacial, de um lugar imaginário e real no mapa do Brasil, mas que nunca pudemos imaginar como uma existência tão recente. O Perigo de Estar Lúcida (Rosa Montero, Todavia) O que leva um indivíduo a se dedicar à escrita? A natureza solitária dos escritores os levam à loucura ou é a loucura que os levam para a literatura? Rosa Montero responde esses questionamentos a partir de estudos sobre as ligações entre a criatividade e a instabilidade mental. Confira as impressões da obra aqui . Lutas e Metamorfoses de uma Mulher (Édouard Louis, Todavia) A violência familiar é o tema central das obras do escritor francês. Neste livro, Édouard narra a história de sua mãe, uma mulher "que lutava pelo direito de ser mulher contra a não existência que lhe impunham." Utilizando uma fotografia antiga de sua genitora como tempo-espaço, ele traça a arqueologia de sua mãe, chegando a conclusão que para se libertar, ela precisou ser destruída pela violência social e econômica. Jack Kerouac & Allen Ginsberg: As Cartas (editado por Bill Morgan e David Stanford, L&PM) Em 1961, Kerouac escreveu uma carta para Lawrence Ferlinghetti falando sobre as correspondências que trocava com o amigo Ginsberg: "As cartas de Allen Ginsberg para Jack Kerouac vão fazer a América chorar." Não se sabe se a América chorou, mas é impossível não se emocionar, rir, vangloriar e discordar dos escritores beats. Durante anos, os dois escreveram sobre suas vidas, escritos, angústias, viagens, festas, encontros, isolamento e vícios, retratos dos autores que lideraram o movimento artístico definidor de toda uma geração. O Filósofo no Porta-Luvas (Juliano Garcia Pessanha, Todavia) O primeiro livro de Juliano Pessanha mistura realidade com ficção. Os ideais de grandes filósofos seguem como inspiração para narrar a história de Frederico, protagonista do livro. Deslocado no mundo, ele encontra na figura de um guru a salvação. No decorrer das páginas, Juliano compartilha a ascensão e a queda de seu personagem com humor e melancolia. Cinema Vivido: Raça, Classe e Sexo nas Telas (bell hooks, Elefante) Apaixonada por cinema, bell hooks se dedicou a assistir, debater e escrever sobre filmes, analisando o que via nas telas a partir de um olhar aguçado para questões de raça, classe e gênero. Com um linguajar acessível, a autora questiona e celebra filmes e diretores, relembrando que é possível transformar a cultura e os telespectadores. 24/7: Capitalismo Tardio e os Fins do Sono (Jonathan Crary, Ubu Editora) Os termos "capitalismo selvagem" e "sociedade cansada" são sinônimos para o livro de Jonathan Crary. O ser humano não suporta mais consumir, trabalhar, compartilhar, responder durante as 24 horas por dia, 7 dias por semana. No decorrer do livro, Crary discute a falta de sono e o impulsionamento de grandes empresas em métodos para acabar com o descanso visando o lucro. Os Crânios de Júpiter (Robson Ashtoffen, Editora Urutau) A literatura de Ashtoffen é consequência de um tempo-espaço absurdo e misterioso. A partir do imaginário, os contos dão voz aos corpos esquecidos e marginalizados, um universo repleto de jeitos e gestos, de linguagem, de misticismo, superstição, de semântica, sintática e sentido. Eu Amo Dick (Chris Kraus, Todavia) Uma relação obsessiva e imaginária se inicia quando Chris Kraus, uma cineasta independente e falida, apaixona-se por Dick, um respeitado crítico cultural, e tenta seduzi-lo com a ajuda do marido. Quando Dick se recusa a responder suas cartas, marido e mulher continuam a escrever um para o outro, imaginando uma aventura que leva Kraus para muito além de sua paixão. Abalar a Cidade: Música e Capitalismo, Espaço e Tempo (Alexander Billet, Sobinfluencia Edições) A música sempre foi vista como uma ameaça, afinal, ela dá forças para uma multidão ocupar as ruas para viver e protestar. A partir deste ponto, Billet explora a relação entre a música e a mudança social radical. Caminhar, uma Filosofia (Frédéric Gros, Ubu Editora) Nietzsche, Rousseau, Thoreau, Gandhi, Kant e Rimbaud tinham o hábito de caminhar diariamente para auxiliar na construção de pensamentos e histórias. Em Caminhar, Uma Filosofia, Gros reflete ao longo de 25 ensaios filosófico-literários sobre as muitas formas de percorrer um trajeto, narrando as idas e vindas na longa amizade entre a caminhada e o pensamento, e mostrando o que a caminhada tem a nos oferecer hoje, do ponto de vista filosófico e humano. O Casamento do Céu e do Inferno (William Blake, L&PM) Imitando o tom profético da bíblia, mas expressão a visão personalíssima, revolucionária e romântica, Blake estuda a moralidade convencional, proclamando que o homem não se reduz à dualidade alma (bem) e corpo (mal). Olho por Olho: Os Livros Secretos da Ditadura (Lucas Figueiredo, Record) Após ficar sabendo de um dossiê que o exército montou para rebater a obra Brasil: Nunca Mais , Lucas Figueiredo investiga Orvil, o livro de quase mil páginas que o exército produziu. Por que o Tempo Voa: Uma Investigação Sobretudo Científica (Alan Burdick, Todavia) "Por que o tempo parecia durar mais quando éramos crianças? Será que o tempo realmente parece passar mais devagar quando você está envolvido num desastre de automóvel? Como e por que o tempo voa?" É a partir dessas indagações que o jornalista iniciou sua investigação sobre o tempo. Com clareza e curiosidade, ele procura na biologia, na filosofia e na física respostas para esse que é um dos grandes mistérios do universo. Intermezzo (Sally Rooney, Companhia das Letras) Além do fato de serem irmãos, Peter e Ivan Koubek não parecem ter muita coisa em comum. Enlutados pela perda do pai, cada um encontra uma maneira para lidar com o vazio e com os sentimentos que nunca foram ditos. Para os dois e as pessoas que eles amam, esse é um novo intermezzo ― um interlúdio de desejo, desespero e possibilidades ―, uma oportunidade de descobrirem o que uma vida pode conter sem se quebrar. Crocodilo (Javier A. Contreras, Companhia das Letras) O suicídio é o tema principal da obra de Javier. Um pai enlutado inicia um caminho único que aborda temas como a relação pai-filho, o caos do mundo moderno e as expectativas que nutrimos e frustramos no decorrer da vida. Vamos Nessa (Para Podermos Voltar): Memórias de Discos e Discórdias com o Wilco, etc. (Jeff Tweedy, Terreno Estranho) Neste livro, Jeff Tweedy não esconde nada: o vocalista do Wilco escreve abertamente sobre seu passado, suas canções, a música e as pessoas que o inspiraram nessa aguardada autobiografia. Além de apresentar sua vida, o músico fala sobre o seu processo criativo. África Brasil: Um dia Jorge Ben Voou para Toda a Gente Ver (Kamille Viola, Edições Sesc) O disco de 1976, África Brasil , representa um marco na carreira de Jorge Ben. Contando a travessia do músico, disco por disco, até África Brasil , a jornalista Kamille Viola entrevista músicos, produtores, pesquisadores e até (homenageado na faixa "Camisa 10 da Gávea") para reconstruir a história do artista e os bastidores da produção do álbum. A Amiga Genial (Elena Ferrante, Biblioteca Azul) Conhecido por ser o primeiro volume da tetralogia napolitana, A Amiga Genial narra a amizade de Elena Greco (Lenu) e Raffaella Cerullo (Lila), da infância até a adolescência. A obra abrange as principais ideias sobre a vida: arte e política, classe e gênero, filosofia e destino. Um Estranho no Ninho (Ken Kesey, Record) Inspirado nas próprias experiências do autor quando participou de pesquisas com drogas psicoativas no centro psiquiátrico do Menlo Park Veterans Hospital, na Califórnia, EUA. Protagonizado por R. P. McMurphy, um preso que escapa da condenação ao fingir-se de louco. Aos poucos, McMurphy percebe que o hospício pode ser muito pior que a prisão, nesse novo universo cercado de pacientes inseguros, ansiosos e constantemente dopados. Liberdade Vigiada: As Relações Entre a Ditadura Militar Brasileira e o Governo Francês: do Golpe à Anistia (Paulo César Gomes, Record) Em 2011, com a Lei de Acesso à Informação, o acervo documental do período finalmente pôde ser consultado e ficou evidente que havia muito a ser investigado nesse campo, incluindo, por exemplo, como o governo francês procurou manter sob constante vigilância os brasileiros que se encontravam em seu território, sobretudo aqueles que tinham participado de ações de grupos armados de esquerda. Maldito Invento dum Baronete: Uma Breve História do Jogo do Bicho (Luiz Antonio Simas, Mórula Editorial) Não é um livro sobre a história do jogo do bicho, mas uma obra que busca no passado elementos para continuar se debruçando sobre a ex-capital da República, livre das amarras das normas, dos jargões e das hipocrisias acadêmicas, mas encantado pelas dobras, frestas e esquinas. Madame Bovary (Gustave Flaubert, Antofágica) Após uma jovem sonhadora se casar com o médico da região, a realidade à sua volta se transforma: o que Emma Bovary encontra no matrimônio, longe das paixões emocionantes dos livros que lê, é uma rotina pacata e até tediosa. Inconformada e sedenta por aventuras românticas idealizadas, Emma começa a adoecer e não vê outra saída senão buscar as emoções que deseja — por métodos que a sociedade conservadora ao seu redor não poderia compreender, muito menos aceitar. Sobre a Terra Somos Belos por um Instante (Ocean Vuong, Rocco) A obra traz uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler. A carta traz à luz uma história de família que começou antes de ele nascer – uma história cujo epicentro tem suas raízes no Vietnã e que chega a Hartford, no Connecticut – e que serve como porta de entrada para partes da vida dele que a mãe jamais conheceu, tudo levando a uma inesquecível revelação.